PREMIAÇÃO DO CERRADO MINEIRO É VITRINE PARA CAFÉS DE QUALIDADE

O Prêmio Região do Cerrado Mineiro serve de referência mundial em qualidade | Crédito: Divulgação
A cafeicultura é uma das principais atividades econômicas em Minas Gerais. Com o objetivo de valorizar os produtores do tradicional grão mineiro e promover a região, a Federação dos Cafeicultores do Cerrado realiza, este ano, a 10ª edição do Prêmio Região do Cerrado Mineiro. O certame é considerado uma vitrine para os melhores cafés e uma oportunidade para que os cafeicultores agreguem valor aos lotes premiados e se tornem referência em qualidade no mundo. A estimativa é receber cerca de 400 amostras.
Na edição anterior, o leilão dos vencedores movimentou cerca de R$ 1 milhão e a saca de café mais cara foi vendida a R$ 55 mil.
Produtores associados às cooperativas e associações da região do Cerrado mineiro e que sejam credenciados à Federação dos Cafeicultores do Cerrado podem fazer as inscrições até o dia 16 de setembro. A divulgação dos cafés premiados está prevista para 30 de novembro.
De acordo com o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal, a 10ª edição do prêmio vem celebrar um marco importante para a região: os 50 anos de produção de café na Região do Cerrado e 30 anos da federação.
Tarabal explica, ainda, que a disputa é importante e tem o objetivo de reconhecer os cafeicultores da Região do Cerrado. “O prêmio reconhece e valoriza o trabalho dos cafeicultores nos 55 municípios que compõem a Região do Cerrado. Além disso, ele tem o propósito de promover a nossa Denominação de Origem, a primeira conquistada para café no Brasil, e levar nossa marca ao consumidor”, diz.
VITRINE
O prêmio, que já é referência para os compradores do mercado nacional e internacional, também seleciona e mostra para o mercado os melhores cafés da safra. “Com o prêmio também celebramos a nossa safra, que este ano foi muito difícil em função das condições climáticas. Os impactos da geada de 2021 estão sendo sentidos agora e houve uma diminuição muito grande da nossa produção”.
De acordo com Tarabal, em um ano de clima favorável e bienalidade positiva, a produção na Região do Cerrado tem um potencial de chegar a cerca de 8 milhões de sacas de 60 quilos, mas, neste ano, que também é de safra cheia, a colheita deve ficar próxima a 4 milhões de sacas.
Apesar da menor produção, a qualidade do café foi favorecida e o concurso deve ter mais amostras inscritas. Na edição de 2021, foram 348 inscrições e, para este ano, são esperadas em torno de 400. “Apesar das perdas, os produtores da região estão registrando uma qualidade muito boa. Por isso, mesmo com uma safra menor que a esperada, acreditamos que teremos mais inscrições e bons resultados”.
O Prêmio Região do Cerrado Mineiro, que já é referência para os compradores do mundo, tem grande importância para os cafeicultores da região. Através do certame se reconhece o trabalho e os melhores cafés, o que gera uma grande agregação de valor aos lotes premiados. Além disso, os cafeicultores passam a ser reconhecidos pela qualidade diferenciada do café e procurados pelos mercados mais exigentes e que pagam mais pelos grãos.
Segundo Tarabal, o leilão dos lotes premiados, no ano passado, teve a saca mais cara vendida a R$ 55 mil. “No leilão, o valor médio por saca ficou em R$ 14 mil, 10 vezes maior que o preço de mercado, que no período era de R$ 1,4 mil por saca. Ao todo, tivemos 25 compradores do mercado nacional e internacional. O prêmio é uma vitrine, porque, além do produto premiado ser vendido a valores mais altos, o cafeicultor se torna conhecido do mercado. Com isso, a agregação de valor se reverbera no resto da produção e o cafeicultor vira referência, com os mercados buscando mais por ele”.
PREMIAÇÃO
O Prêmio do Cerrado é dividido em três categorias: Café Natural, Cereja Descascado e Fermentação Induzida. O produtor poderá inscrever até duas amostras, sendo uma na categoria Natural ou Cereja Descascado, adicionando mais uma amostra na categoria Fermentação Induzida.
Uma das novidades da 10ª edição é que o prêmio vai reconhecer também as mulheres, cada vez mais atuantes no segmento do café. Entre as amostras inscritas, as três melhores produzidas por mulheres ou as três melhores produtoras serão reconhecidas com o Troféu Mulher de Atitudes.
Outra inovação desta edição está relacionada ao aspecto social. Todo ano, cerca de 10% do valor arrecadado com o leilão é destinado a projetos que beneficiam a sociedade. Este ano, 70% do recurso voltado para a ação social serão destinados às escolas e os 30% restantes para as obras do primeiro Hospital de Amor de Minas Gerais, iniciadas pelo Hospital do Câncer de Patrocínio “Dr. José Figueiredo”.
Serão premiados produtores do primeiro ao terceiro lugar para cada uma das categorias, tendo como competidores os melhores cafés finalistas de cada cooperativa. Os vencedores serão premiados com R$ 5 mil pelo primeiro lugar, R$ 3 mil pelo segundo e R$ 2 mil pela terceira posição, em cerimônia a ser realizada no dia 30 de novembro em Uberlândia.
Por Michelle Valverde / Diário do Comércio
