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Reunião na Corregedoria-Geral de Justiça discute reforma do Código Civil

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Reunião na Corregedoria-Geral de Justiça apresentou propostas para a atualização do Código Civil (Crédito: Riva Moreira / TJMG)

A Corregedoria-Geral de Justiça sediou, nesta terça-feira (7/11), a primeira reunião da comissão de juristas que vão discutir propostas destinadas à revisão e atualização do Código Civil (Lei nº 10.406/2002). O evento, conduzido pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Moacyr Lobato, contou com a participação da professora Paula Andréa Forgioni, da Faculdade de Direito da Universidade São Paulo (USP) e relatora da subcomissão responsável pela área de Direito Empresarial, e do professor Flavio Galdino, da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que também é membro da comissão.

O encontro reuniu professores de várias faculdades de Direito de Belo Horizonte, estudantes, membros da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais (OAB/MG), do Instituto dos Advogados de Minas Gerais (IAMG) e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

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Magistrados, estudiosos, advogados e representantes do setor produtivo propuseram mudanças no Código Civil (Crédito: Riva Moreira / TJMG)

A reunião contou ainda com as presenças dos desembargadores José Marcos Vieira e Tiago de Carvalho, integrantes da 16ª Câmara Cível do TJMG, especializada em Direito Empresarial, Registro Público e Previdenciário-INSS; dos desembargadores Adriano de Mesquita Carneiro, Alexandre Victor de Carvalho e José Eustáquio Lucas Pereira, da 21ª Câmara Cível, também especializada em Direito Empresarial, Registro Público e Previdenciário-INSS; do desembargador Marcelo Milagres, da 18ª Câmara Cível, e integrante da subcomissão que trata do Direito das Coisas; do juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis); e do juiz Adilon Cláver de Resende, titular da 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte.

Amplo alcance

Para o desembargador Moacyr Lobato, os vários pontos de vista presentes na reunião possibilitam uma discussão produtiva para subsidiar os trabalhos da comissão e das subcomissões. Segundo o magistrado, embora os temas tenham sido divididos entre grupos de juristas, a interlocução entre os membros da comissão é permanente. O objetivo comum de todos os participantes, de acordo com o desembargador, é “descomplicar, simplificar e atualizar” o Código Civil, proporcionando um ambiente saudável de negócios no País.

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O desembargador Moacyr Lobato falou sobre a necessidade de simplificar e atualizar a legislação (Crédito: Riva Moreira/ TJMG)

“Estão presentes três dos cinco integrantes da subcomissão que trata de Direito Empresarial. Além de mim, que pertenço ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, trouxemos a professora Paula Forgioni e o professor Flavio Galdino, que é um grande advogado também. A ideia principal é estar com a área acadêmica, com a advocacia, com setores produtivos para ouvir sugestões e identificar o que pode ser objeto de encaminhamento e de reflexão. O que se quer é escutar a sociedade, as classes produtoras, advogados, pesquisadores e estudiosos, porque esse não é um trabalho fechado em si mesmo. Ele é, principalmente, voltado para a sociedade, na tarefa principal de promover o aperfeiçoamento da legislação própria, que é o nosso Código Civil”, disse o desembargador Moacyr Lobato.

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Segundo o desembargador José Marcos Vieira, a revisão da norma vigente, que substituiu o texto de 1916, é uma tarefa relevante e necessária. “Sugiro retirar da jurisprudência os efeitos já consagrados da interpretação dos textos legais e, tanto quanto possível, transformá-los em regras legais na inserção no Código Civil. Essa metodologia me parece a mais adequada na atualização da letra do Código”, afirmou.

O desembargador Marcelo Milagres disse que se trata de um momento importante, de união de vários setores, reconhecidos em suas respectivas áreas, para pensar uma atualização da legislação brasileira e garantir a melhor realização do Direito: “Vamos ouvir os especialistas, para que possamos escolher as melhores propostas para serem enviadas ao Congresso Nacional e cheguemos a um aprimoramento em relação ao modelo atual.”

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Magistrados da área empresarial, de primeiro grau e das câmaras especializadas, compareceram ao encontro (Crédito: Riva Moreira / TJMG)

Para o juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, a reunião na Corregedoria-Geral de Justiça é de grande importância para a economia brasileira, razão pela qual se mostrava particularmente oportuna a vinda de magistradas, magistrados, professoras, professores, pesquisadoras, pesquisadores, advogadas e advogados na investigação de caminhos para aperfeiçoar o Código Civil.

Já no âmbito das propostas a serem incorporadas ao novo código, o desembargador Alexandre Victor de Carvalho, componente de uma câmara especializada, ponderou sobre a possibilidade e pertinência de incluir na discussão aspectos processuais e procedimentais, mas a comissão esclareceu que seu trabalho é mais circunscrito e não deve abranger essas questões.

O juiz Adilon Cláver de Resende abordou o instituto da Sociedade em Conta de Participação (SCP), para o qual não há muito detalhamento nem orientações expressas até o momento. Segundo o magistrado, seria interessante que a comissão deliberasse sobre o tema, a fim de estabelecer critérios objetivos para os julgadores.

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Escuta e diálogo

Segundo a professora Paula Forgioni, o objetivo dos estudos da comissão é a segurança jurídica, a desburocratização, a consolidação do que já funciona, a correção das falhas e a estabilidade das organizações.

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A professora Paula Forgioni afirmou que um dos objetivo dos estudos da comissão é garantir a segurança jurídica com revisão e atualização do Código Civil (Crédito: Riva Moreira / TJMG)

“No que se refere às empresas, o Código Civil brasileiro está especialmente desatualizado, na medida em que várias de suas passagens são uma cópia do código italiano de 1942. Então, é hora de atualizarmos o texto sem revoluções ou rupturas drásticas. A ideia é manter o sistema, mas atualizá-lo, modernizá-lo e tirar entraves para a atividade econômica”, disse.

De acordo com a professora, a reunião teve a finalidade de reforçar a discussão com olhares de diversas áreas e contribuições que, de forma objetiva, permitam ajustar o texto: “A intenção da comissão é ouvir a sociedade civil, aqueles que efetivamente ‘colocam a mão na massa’. É preciso falar com o Poder Judiciário, os agentes de mercado, a academia.”

Comissão

A comissão de revisão e atualização do Código Civil, nomeada pelo presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco, em agosto de 2023, está sob a presidência do ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e tem como vice-presidente o também ministro do STJ, Marco Aurélio Bellizze. Os relatores-gerais são os professores de direito Flávio Tartuce e Rosa Maria de Andrade Nery.

Os demais membros são: Marco Buzzi, Cesar Asfor Rocha, Maria Isabel Gallotti Rodrigues, João Otávio de Noronha, Angelica Carlini, Carlos Eduardo de Oliveira, Claudia Lima Marques, Daniel Carnio, Edvaldo Brito, Flavio Galdino, Giselda Hironaka, Gustavo Tepedino, José Fernando Simão, Judith Martins-Costa, Laura Porto, Marcelo Milagres, Marco Aurélio Bezerra de Melo, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, Mario Luiz Delgado Régis, Maria Berenice Dias, Moacyr Lobato de Campos Filho, Nelson Rosenvald, Pablo Stolze Gagliano, Patrícia Carrijo, Paula Forgioni, Rodrigo Mudrovitsch, Ricardo Campos, Rolf Madaleno, Rogério Marrone Sampaio e Carlos Antônio Vieira Fernandes Filho.

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Fonte: Tribunal de Justiça de MG

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TJMG participa da abertura da 24ª Conferência Nacional da OAB

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A 24ª Conferência Nacional da Advocacia Brasileira foi aberta nesta segunda-feira (27/11) e segue até quarta-feira (29/11) (Crédito: Euler Junior/TJMG)

O desembargador Eduardo Machado Costa representou o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, na solenidade de abertura da 24ª Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, realizada nesta segunda-feira (27/11), no Expominas, em Belo Horizonte. O evento, organizado pelo Conselho Federal da OAB e pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais (OAB-MG), reuniu diversas autoridades dos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, entre elas o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Roberto Barroso, e os ministros do STF Dias Toffoli e Edson Fachin.

Com o tema “Constituição, Democracia e Liberdades”, a conferência discutirá as principais questões do universo jurídico, em especial, os assuntos do momento atual do país. A programação segue até quarta-feira (29/11) com 50 painéis e duas conferências magnas, totalizando quase 500 palestrantes nacionais e internacionais. O evento, que acontece a cada três anos, espera receber aproximadamente 20 mil pessoas, entre advogados, estudantes, juristas, magistrados, deputados estaduais e federais e membros do poder Executivo.

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O presidente do STF, ministro Roberto Barroso, e o ministro Dias Toffoli participaram do evento (Crédito: Euler Junior/TJMG)

O desembargador Eduardo Machado Costa reiterou a necessidade do diálogo permanente e do fortalecimento dos laços entre as instâncias superiores e a classe dos advogados. “É muito importante porque sabemos que, por força da Constituição, o advogado é indispensável à administração da Justiça. É bom sempre estarmos unidos com a OAB e com todos os outros poderes. A relação do TJMG com a classe dos advogados deve ser pautada sempre pelo respeito, como sempre foi”, afirmou.

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O desembargador Eduardo Machado Costa representou o presidente do TJMG, desembargador José Arthur Filho (Crédito: Euler Junior/TJMG)

Homenagens

Durante a solenidade de abertura, a OAB outorgou a Medalha Rui Barbosa ao membro honorário vitalício, Bernardo Cabral. A honraria foi entregue pelo presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti, e pela secretária-geral do Conselho Federal da OAB, Sayury Otoni.

O homenageado atuou como advogado, jornalista, promotor, chefe de polícia e psicólogo. Presidiu o Conselho Federal da OAB no biênio 1981-1983 e foi relator-geral da Assembleia Constituinte, tendo sugerido a inclusão na Carta do artigo 133, que define o advogado como indispensável à administração da Justiça. A medalha Rui Barbosa é a maior honraria da OAB Nacional.

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Na ocasião, a secretária-geral adjunta da OAB, Milena Gama, homenageou o patrono nacional do evento, Alberto Simonetti Cabral Filho, que completaria 77 anos exatamente nesta segunda-feira (27/11). O jurista e patrono da advocacia mineira, Jair Leonardo Lopes, falecido em 2016, também foi homenageado.

Discursos

Em seu discurso de abertura, o presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti, reforçou o papel da Ordem como espaço de reafirmação das garantias e de defesa das prerrogativas da advocacia. “Temos compromisso com a excelência do ensino do Direito. Temos compromisso com a liberdade do povo brasileiro. Temos compromisso com a ampla defesa e com o devido processo legal. Desses princípios, jamais podemos nos afastar.”

Ele citou o artigo 133 da Constituição: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão.” Segundo Beto Simonetti, “defender o advogado é defender os direitos e garantias fundamentais dos mais de 200 milhões de brasileiras e brasileiros.”

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O presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti, reforçou o papel da advocacia na defesa dos direitos fundamentais (Crédito: Euler Junior/TJMG)

O presidente da OAB/MG, Sérgio Leonardo, defendeu a efetividade das garantias constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, legitimando as sentenças judiciais. “Somos não apenas indispensáveis à administração da justiça, mas verdadeiros protagonistas da pacificação social, tão almejada em nosso país”, disse.

O presidente da OAB-MG destacou os avanços obtidos no Estado por meio da justiça inclusiva, participativa e inovadora. “Nosso trabalho aqui em Minas Gerais é lastreado na inovação, na inclusão e no avanço, e tem como foco nossa concepção de sermos instrumentos de transformação positiva da realidade”, afirmou.

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O presidente da OAB/MG, Sérgio Leonardo, disse que os advogados atuam em prol da pacificação social (Crédito: Euler Junior/TJMG)

Conferência Magna

A Conferência Magna de Abertura foi ministrada pelo presidente do STF e do CNJ, ministro Roberto Barroso. Ele fundamentou a palestra na Constituição, na democracia e nas liberdades.

O ministro citou os avanços provenientes da Constituição de 1988 para garantia dos direitos fundamentais, como a luta contra a violência doméstica, as cotas raciais para acesso às universidades, o reconhecimento das uniões homoafetivas, a criminalização da homofobia, a demarcação das terras indígenas e o Estatuto das Pessoas com Deficiência.

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“Tivemos avanços em matéria de direitos fundamentais das mulheres. Poucas transformações foram mais importantes do que a extensão feminina ao longo desses 35 anos, como a igualdade conjugal, liberdade sexual, e a luta contra a violência doméstica pela lei Maria da Penha”, afirmou.

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O presidente do STF e do CNJ, ministro Roberto Barroso, ministrou a Conferência Magna de Abertura (Crédito: Euler Junior/TJMG)

O presidente do STF defendeu a diversidade de ideias e reiterou que ninguém detém o monopólio da verdade. “A democracia brasileira tem espaço para todos, para os conservadores, para os liberais e progressistas e, por isso, é tão importante a alternância de poder. As sementes da civilidade estão perdidas. É preciso que cada um defenda a sua verdade e possa ser respeitado por isso”, disse.

Barroso reconheceu que em uma Suprema Corte, que julga as questões mais diversas na sociedade brasileira, é preciso ter coragem e imparcialidade. “As decisões desagradam o ruralista ou o ambientalista, os indígenas, agricultores ou contribuintes. Faz parte da vida de um tribunal independente e corajoso, desagradar. É preciso conviver com a crítica, mas é preciso preservar as instituições com coragem e altivez”, frisou.

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O ministro do STF, Dias Toffoli (à esquerda), também participou da abertura da conferência (Crédito: Euler Junior/TJMG)

O ministro Roberto Barroso citou os avanços do Brasil nos últimos 200 anos, mas considerou que erradicar a pobreza precisa estar no topo das prioridades do país, além da retomada do crescimento econômico, investimento na educação básica e na ciência e tecnologia. Ele exaltou a revolução tecnológica que universalizou a informação, mas, por outro lado, alertou para o crescimento das “fake news”.

“O mundo está enfrentando um problema ético e não temos o direito de mentir para defender um ponto de vista. Aliás, qualquer causa que precise de mentira e de ódio tem algum problema, de modo que nós precisamos fazer com que mentir volte a ser errado de novo na vida brasileira”, concluiu.

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Fonte: Tribunal de Justiça de MG

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