
A partir desta edição do JP, estaremos trazendo uma série de entrevistas sobre a possível criação e implantação do Banco de Sangue em Patrocínio. Nesta semana, conversamos com o Dr. Ari.
José de Arimatéia Neves, natural de Três Cachoeiras-SP, graduou-se em 1986 pela UNB (Universidade de Brasília) com especialização em Medicina Intensiva e Cardiologia.
Desde 1993 trabalha em Patrocínio, atualmente como Coordenador da UTI Adulta da Santa Casa de Patrocínio. Também é médico intensivista no Hospital Regional Antônio Dias, em Patos de Minas. É amante da música e dedicado estudante do Conservatório Municipal de Música Dr. José Figueiredo.
Foi vereador em Patrocínio por 3 mandatos, de 2008 a 2020. Em 2013 recebeu da Câmara Municipal de Patrocínio, o Título de Cidadão Honorário de Patrocínio.
MEMÓRIA
Para relembrar, Dr. Ari afirmou: “Fui um dos primeiros vereadores interessados na implantação do Banco de Sangue em Patrocínio juntamente com a então vereadora Marcilene Jacinto (foto).
Na época conversamos com o presidente do Hemominas, em Belo Horizonte. O procedimento de 8 a 10 anos atrás continua o mesmo de hoje. Ou seja, pode-se criar na cidade um Posto Avançado do Hemominas, e a partir de então poderemos implantar a doção de sangue em Patrocínio. O Hemominas vai estruturar um local a ser cedido e o convênio deve ser firmado em parceria com a Prefeitura. Os equipamentos (refrigeradores, câmaras frias, etc) na época, giravam em torno de R$100 mil reais, valor que para a Prefeitura, era um valor irrisório pela importância e necessidade desta prestação de serviço. É claro que os valores atuais são outros, é necessário pesquisar.
Concretizado esse convênio, Patrocínio poderá colher sangue semanalmente, a exemplo do Hemocentro de Patos de Minas: a pessoa vai operar de vesícula você vai pedir à ela para arrumar três doadores; se for cirurgia grande, tipo de rins, você vai arrumar 10 ou 20 doadores, e assim, vamos conscientizando as pessoas a doarem frequentemente, estimulando estudantes, os jovens do Tiro de Guerra e demais pessoas que gostam de doar sangue. Com isso, vai reabastecendo os depósitos do Banco de Sangue do Hemominas em Uberlândia, que frequentemente está com os estoques baixos’, relembrou Dr. Ari.
PRATICAMENTE SEM DOAR UM NADA
“Patrocínio consome por ano mil bolsas de sangue de Uberlândia sem doar praticamente nada”. Não há uma contrapartida e todas as semanas precisamos de buscar sangue. Eles doam e vamos buscar. Precisamos retribuir.
Acredito que na época que lutávamos por isso não era difícil, era fácil, mas o então Prefeito Lucas Siqueira não teve boa vontade para efetivação da prestação do serviço. Entreguei a Minuta do Contrato a ele, e infelizmente não se interessou.
O local pode ser adaptado, por exemplo, junto ao Hospital do Câncer, para uma sala de doação de sangue. Assim, com praticidade poderíamos fazer a coletar e termos a nossa captação de sangue.
A realidade hoje é o aumento da demanda por bolsas de sangue, sem ter a condição de promover a doar. “Quem quer doar sangue tem que viajar, tem que se submeter a um sacrifício a mais”, reafirmou. Tipo a campanha que vocês fizeram semana passada em Patos de Minas, em favor do ex-vereador Cláudio Alcântara com mais de 70 doadores”, disse.
PODE DAR CERTO EM PATROCÍNIO
“Na época só existia um Posto Avançado em Minas Gerais, em Varginha, no Sul do Estado. Patrocínio seria o segundo Posto. Hoje temos mais de 15 instalados. Não avançamos e hoje poderemos ser o 16º ou mais… Depois abriu em Paracatu que tem um Posto Avançado. Paracatu teve boa vontade em manter o seu Posto Avançado em parceria com o Hemominas”, destacou.
No final Dr. Arimatéia questionou e deixou uma reflexão: “Deu certo lá e por que não pode dar certo em Patrocínio?”
ESTOQUE DE SANGUE ESTÁ ABAIXO E HEMOCENTRO DE UBERLÂNDIA PEDE SOCORRO
Na terça-feira (25), o Hemocentro de Uberlândia emitiu uma nota oficial comunicando que o estoque baixo de doações diminuiu muito o que é preocupante.
O estoque está 40% abaixo do necessário para abastecer 18 cidades da região, incluindo Patrocínio. As consequências foram a alta da Covid-19 e da Gripe. “É uma situação atípica”, disse Patrícia Fernandes, Chefe do Setor de Captação do Hemocentro”.
A maior necessidade é do sangue 0+ e O-
*Alex Guimarães Machado, Jornalista, especial para o JP