GRUPO DE MÃES ATÍPICAS DE PATROCÍNIO PUBLICA NOTA DE REPÚDIO POR MATÉRIA DIVULGADA EM SITE

É inadmissível que, em pleno século XXI, meios de comunicação usem sua plataforma para propagar mensagens discriminatórias e insensíveis contra crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas famílias. A matéria publicada demonstra não apenas falta de empatia, mas também desinformação e descaso com os direitos garantidos pela Lei Brasileira de Inclusão (LBI). A inclusão de crianças autistas nas escolas não é um favor, é um direito inalienável previsto em lei. Negar ou dificultar esse direito equivale a um ato de exclusão e discriminação que deve ser veementemente combatido por todos os setores da sociedade. É fundamental que educadores, jornalistas e cidadãos compreendam que cada criança, independentemente de suas particularidades, tem o direito de acessar a educação e se desenvolver plenamente em um ambiente acolhedor e inclusivo. Além do conteúdo ofensivo, o site Portilho Online optou por apagar o post sem sequer oferecer uma retratação pública. Essa atitude não apaga o impacto causado, tampouco minimiza o desrespeito e a indignação gerados. Ao contrário, ao silenciar diante das críticas, o site reforça sua falta de compromisso com a ética e a responsabilidade social que deveriam pautar qualquer veículo de comunicação. Mais grave ainda é constatar que existem pessoas dispostas a compactuar com essa discriminação, seja por omissão ou por apoio declarado a atitudes preconceituosas como essa. É inadmissível que, em uma sociedade que se propõe a ser mais justa e inclusiva, indivíduos ou instituições fechem os olhos para violações tão claras de direitos humanos. A luta pela inclusão e pelo respeito às diferenças exige o envolvimento e a responsabilidade de todos. A postura evidenciada pelo conteúdo da matéria, pela ausência de um pedido de desculpas formal e pela conivência de quem permanece em silêncio é um reflexo perigoso de preconceitos estruturais que reforçam barreiras sociais já enfrentadas pelas famílias atípicas. Mais do que indignação, esse tipo de atitude exige responsabilização. Não apenas pela moral e ética que qualquer veículo de comunicação deve seguir, mas pela força da lei que protege os direitos das pessoas com deficiência. É esperado que o site Portilho Online reconheça o erro, retrate-se publicamente e comprometa-se a não repetir esse tipo de abordagem. Além disso, que se comprometa com a promoção de informações que realmente ajudem a construir uma sociedade mais justa e inclusiva. A voz de mães e pais atípicos é um grito de resistência contra o retrocesso e deve ecoar forte e clara: a inclusão é um caminho sem volta, e qualquer tentativa de retroceder será combatida com firmeza. Se há algo a ser ensinado, que seja isso: autismo não é sinônimo de incapacidade, e mães de crianças autistas não aceitarão silenciamento nem preconceitos velados. A luta por dignidade e respeito não será apagada, assim como o site tentou apagar a matéria sem enfrentar as consequências de seus atos. O silêncio de quem compactua é tão grave quanto o ato discriminatório em si.