Do Lixão ao Sagrado: O Sonho do Vale do Amanhecer Ameaçado em Patrocínio

Do Lixão ao Sagrado: O Sonho do Vale do Amanhecer Ameaçado em Patrocínio

MOTOS E MOTOS

Imagine um lugar onde antes existia apenas lixo, um terreno esquecido, entregue às moscas, sem esperança. Em 2004, o Vale do Amanhecer encontrou ali, em Patrocínio, um lar – um pedaço de terra doado pelo então prefeito Betinho. Era um terreno que ninguém queria, mas que nossos corações acolheram.

Com esforço, dedicação e fé, transformamos aquele lugar. Onde havia o caos, hoje há um pedacinho do céu, um espaço onde nossa doutrina espiritualista cristã floresce, sem cobranças, pela lei do auxílio e da caridade em nome do Cristo.

Em 2014, nossos esforços foram reconhecidos pelo então vereador Cássio Remis, que conseguiu dobrar nossa área, abrindo novas possibilidades para nossos sonhos. Naquele espaço ampliado, planejávamos erguer nossa estrela candente – um símbolo sagrado e essencial para nossa doutrina. Era mais que um projeto; era um sonho acalentado por todos nós, representando nossa dedicação e fé. Entretanto, neste ano, toda essa conquista foi ameaçada, e nossa estrela candente tornou-se um sonho destruído.

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Em um ato de extrema covardia e insensibilidade, o prefeito atendeu ao pedido de uma pré-candidata e simplesmente arrancou metade do terreno que construímos com tanto sacrifício, sem nos ouvir, sem entender nossa história. Ele pegou o espaço que havíamos cuidado, transformado e abençoado, e em questão de minutos destruiu muros e sonhos. Ali, junto aos operadores das máquinas, vimos o lamento de todos: pessoas chorando e pedindo perdão por invadir o que, para nós, é sagrado.

E havia alternativas. Sabemos que existiam muitos outros terrenos no bairro que poderiam ter recebido essa quadra, terrenos amplos e disponíveis, que não estariam invadindo o espaço sagrado onde praticamos nossa fé. No entanto, não houve interesse em discutir essas opções conosco.

Recorremos a diversos vereadores em busca de apoio e justiça; muitos prometeram ajuda e garantiram que intercederiam em nosso favor. Para nossa surpresa, no entanto, todos aqueles a quem pedimos socorro acabaram votando a favor do prefeito.

Hoje, ao ver a inauguração dessa quadra onde era nosso terreno, perguntamos: será que um padre permitiria essa construção no quintal de uma igreja? Ou um pastor aceitaria algo assim em meio aos cultos? Questionamos se é perseguição política, religiosa ou simplesmente insensibilidade para com a nossa fé e nossa luta.

Entendemos a importância de uma quadra esportiva para as crianças e jovens do bairro; sabemos o quanto o esporte pode transformar vidas. Mas questionamos a necessidade de construir uma nova quadra enquanto tantas outras estão abandonadas e subutilizadas na cidade. Por que não revitalizar os espaços já existentes?

Durante toda a construção, fomos obrigados a fornecer água e energia elétrica, e agora, sem muros e sem segurança, estamos expostos ao descaso e à indiferença, à mercê de interesses eleitoreiros e do coronelismo.

Assim, apelamos à comunidade, que conheça essa verdade, que veja a humilhação e a injustiça que sofremos. Pedimos apoio contra essa crueldade, contra uma decisão que ignorou nosso valor e nosso direito. Que saibam o que o Vale do Amanhecer sofreu em Patrocínio, e que a justiça, a compaixão e a verdadeira caridade não fiquem enterradas sob o peso do abuso de poder.

Adjunto Abaron Mestre Antônio Carlos
Presidente

Nota da redação:  Muitos não sabem, mas aquela instituição religiosa é um hospital espirital. E através da crença e da fé, muito conforto e curas são realizadas ali. Bem que a nova Administração Municipal poderia integrar aquela quadra ao Vale, de modo reconhecer seu trabalho que beneficia a muitas pessoas. Tal quadra area seria usada para atendimento comunitário, com programas sociais aos munícipes daquela região, dando suporte as mães, adolescentes, crianças, adultos e velhos, que receberiam uma orientação profissional, educacional, assistência social e saúde. Uma parceria seria muito viável com a incorporação daquela quadra a entidade que há anos zelava pelo local. Há de se pensar, que seja via comodato, parceria público privado. Pois esse terreno era utilizado pelos sócios e quem procura o centro. E Foram surpreendidos pela demolição do muro, e continua sem a devida reparação, com tapumes que podem cair a qualquer momento, deixando desguarnecido materialmente a sede do Vale, porém guardado pela espiritualidade.

Parceria desse modo acontece, exemplo: os serviços de fisioterapia, aulas de ginásticas, aulas de cantos promovidos pelo município no Centro Padre Damião, que cede salas e salão, banheiros, papel higiênico, luz, água e nem ao menos recebe subvenção da administração. Muitas de nossa entidades filantrópicas passam por dificuldades, pois a assistência social ficou de lado e não reconhecem os voluntários do 3º setor na cidade, previlegiando apenas a ala de alguns pastores. 

NR por :  AGMTWO2

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