Cracolândia em pleno Centro, em via de ser assentamento do Sem Teto

Moradores vivem amedrontados, convivem com drogados, bandidos, no escuro, sem asfalto, usado como lixão em plena área privilegiada de Patrocínio.
Estamos referindo aos moradores do bairro Sertãozinho (Marciano Brandão). Antigamente, os bairros Santos Antônio e Sertãozinho eram denominados de encosto. Hoje, são bairros vizinhos do centro da cidade, com inúmeros comércios, supermercados, clínicas, igrejas, escolas. E o logradouro encontra-se em situação de calamidade pública.
O que vem assolando os moradores daquela localidade, (final da Av. Marciano Pires, Rua Nhonhô Paiva e Rua Otávio de Brito, estão esquecidos pela Administração pública, quanto aos fatos vividos nos últimos anos.

Do lado, como vizinho, tem a conhecida Chácara das Irmãs, que vem sendo invadida por meliantes que quebraram o muro, fizeram trieiro, montaram barraca de lona para o uso de drogas, em específico o crack, tal local é conhecido como Cracolândia. E tem até arte popular, insinuando e indicando a boca de fumo.

O fato aterroriza quem ali vive. Já procuraram as autoridades e nada foi feito. Nas vias não há iluminação pública, um breu total de dar medo a qualquer um super-herói. As ruas não são asfaltadas, e com as chuvas abriu crateras, enormes voçorocas.
Perguntamos aos moradores por quê daquela situação? Responderam que não é por falta de pedido, já procuramos a Secretaria de Obras, o gabinete do prefeito. Foi feito ofício e a justificativa foi que não é de responsabilidade do município. Alegaram que a infra estrutura, (água, luz, esgoto, etc) são de competência da loteadora que também foi procurada, mas continua inerte.
Porém, o que sabemos, quando da liberação e aprovação de qualquer loteamento, estes empreendedores são obrigados a fazer caução dos lotes, deixa sobre a tutela do município, e caso o empreendedor não realize as obrigações, a administração municipal fica com os lotes para arcar com as devidas infra estruturas. E essa justificativa e desculpa do município não satisfez.
O certo é que os moradores, além de não terem asfalto, água pluvial, onde a enxurrada vem corroendo a via, sem iluminação que não dá uma segurança àqueles que ali trafegam. E ainda são obrigados a conviver com o medo, vivendo de portas fechadas, ou seja, em cativeiro em plena liberdade, pontuou uma jovem moradora.

Os lotes adjacentes são depósitos de motos, veículos, aparelhos roubados e o resgate desses objetos são frequentes pela polícia. Além da especulação imobiliária, os devidos lotes vagos estão sujos, sem calçadas, refúgio de dependentes, de objetos de roubos, não têm passeios, meio fio, ou seja, sem um olhar de atenção pelas autoridades e de nossos representantes. O local virou depósito de lixo, promovendo a proliferação de animais peçonhentos, criatório de mosquito-da-dengue, promovendo mais doenças.
Diante de tantas indignações, moradores insatisfeitos com o desprezo da Administração Municipal, que nada faz para mudar a situação declamada em vários ofícios e até mesmo via as mídias de comunicação e sem uma providência, apelaram para a reportagem do JP.
Na oportunidade pedem providências haja visto que o bairro e seus moradores merecem respeito e consideração, o que não vêm tendo, tamanho o desleixo. Ainda fomos informados que há indícios do MST -Movimento Sem Teto, em vias, de promover assentamento na área denominada Chácaras das Irmãs. E já levantaram o apoio do MST Nacional e que na calada, podem adentrar a área e apossar com estrutura de iluminação de energia solar.

Não duvidem, pois sabemos do déficit habitacional na cidade e sabemos como é difícil retirar invasores de propriedades e o município fica sujeito à má formação urbanístico. Uma possível favela em plena área privilegiada da cidade. Segundo os moradores, não falta é quem queira assentar no local.
Diante dos fatos narrados, o que se espera é solução. Assim mencionou outra moradora: “Somos trabalhadores, e não temos paz em deixar nossos filhos em casa, nessas condições insalubres de segurança, de saúde, iluminação e de infraestrutura. Parece que não moramos em Patrocínio, cidade planejada, organizada, limpa. Mas por aqui essas porcarias”, finalizou a moradora indignada.

Alertou outro: “Cadê nossos representantes, cadê nossos gestores, parece que Patrocínio não tem Lei a nos proporcionar direito de vivermos melhor. É tanto imposto pra que?” Mostrando a conta de energia com cobrança de taxa de iluminação pública.
A reportagem do JP acredita no arrojo do Executivo, certo de alguma atitude que venha atender essa comunidade. E resguardamos as fontes, e não citamos os nomes dos moradores da região, mas as fotos falam por si, tudo.