O limite é a imposição, ao filho, do desejo do pai ou mãe. Imaginemos um filho com seis anos. Ele precisa tomar banho e alguém tem de cuidar disso. Quando ele não quer tomar banho, naturalmente vai reagir com birra.
Essa reação não deve ser vista como agressividade, é apenas demonstração de frustração. Ele está querendo ver desenho na TV, mas alguém o levou para tomar banho.Isso nunca traz seqüelas negativas.
O que pode prejudicar o desenvolvimento psicológico é o excesso de explicações: “Filho, venha tomar banho por causa disso ou daquilo”. A criança sente que a mãe, ou quem está com a tarefa de cuidar, está pedindo permissão. Quando temos de pedir licença para amar nossos filhos é porque não os amamos. Isso, sim, traz sequelas na adolescência, bem como a agressividade dos pais. Outra seqüela perigosa, gerada pelas” explicações “, é que elas denotam uma crítica ao desejo diferente manifesto pela criança: “Filho, é errado não querer tomar banho agora, o certo é o que eu penso”. Se digo que ser diferente de mim é errado, como vou proporcionar o desenvolvimento da identidade dessa criança.
Existem pais que começam com paciência: “Filho, vamos tomar banho?”. E o filho fala: “Não!”. Mas, dali a pouco, pegam uma cinta e batem. Isso traz seqüelas na adolescência.
O limite não é agressivo.
O limite é cuidadoso, o limite é educador.
Pegar na mão de uma criança de seis anos e levá-la para o banho ou o almoçar ou dizer a ela que é hora de dormir não é agressivo.
Às vezes as pessoas confundem limite com raiva.
O limite é uma imposição do cuidado do pai e não uma raiva do pai.
Quem não sabe dar limite agride e isso leva a seqüelas. As pessoas têm medo de dar limite, porque imaginam que estão roubando o prazer do filho.
Impedir uma criança de continuar vendo o desenho para que tome banho, jante ou vá para a escola significa cuidar dela.
Quer coisa mais difícil que pedir para uma criança escovar os dentes? Nessa hora, temos de pegar e levar. Bater porque não escovou, porque não obedeceu, isso sim poderá trazer sequelas.